quarta-feira, 30 de abril de 2014

Isto de ser mãe...

Todos os dias sou bombardeada com informação. Uma mais útil que a outra.
Todos têm um comentário fazer em relação à maternidade. De início, ouvia que o bebé era muito grande, que eu ia ter diabetes porque o meu pâncreas fez um esforço muito grande. Tinha que ter cuidado para a criança não ser obesa. Depois, bem, depois foi o contrário! O bebé tinha que engordar 27 gramas por dia. O meu leite não era bom porque ele só aumentava 21 gramas. Mandavam-me acordá-lo durante a noite para pô-lo a comer. Por tudo isto, ainda hoje tenho terror de entrar na zona de saúde infantil do Centro de Saúde.

Passados alguns meses, começou a comer sopa. Continuou a engordar os 21 gramas por dia, afinal o leite já era "bom" (como se houvesse leite materno mau!). Mas continuava “um pouco magro”. Magro, um miúdo com percentil de peso entre os 50 e os 75? Isso dos percentis também é outra que nunca engoli bem. Gostava de saber com que dados calculam essas médias?

Outra preocupação é a duração da amamentação. Quando é que se deve deixar de amamentar? Todos dizem uma coisa diferente! Acho que só mesmo seguindo o nosso coração.

Mini-férias: Levar ou não levar o Guilherme? Fomos sem ele. "Pois, coitado do miúdo a ser criado pelos avós!"

Saídas á noite:" Foram pais há pouco tempo e já nem ligam à criança!".

O Guilherme come de tudo: "Bem essa tua criança come muito."

É muito ativo, gosta de brincar na rua de correr, de jogar à apanhada: "O teu filho não pára". Apetece dizer, está vivo e de boa saúde!!

Como mãe de “primeira viagem”, tudo me preocupava. Os comentários das outras pessoas desgastavam-me. Fartava-me de ler. Confesso que ainda leio bastante sobre o tema. Mas a verdade, é que a minha avó teve cinco filhos, criou-os a todos e não sabia ler. O instinto é algo muito poderoso!

Cada criança é única e especial. Quero que o Guilherme acima de tudo seja feliz! A correr atrás das galinhas, a chamar o cão, a correr rua acima, a brincar. Gordo ou magro. Alto ou baixo. Desde que saudável o resto não importa!
Por isso, hoje em dia esboço um sorriso perante os comentários dos outros!

Todas a pessoas que estão presentes na vida do meu filho ajudam na sua educação, pais, avós, tios, amigos, vizinhos. Todos os que vierem por bem. E sim, fomos de férias e o Guilherme ficou. E sim, levamos o miúdo para jantares em casa de amigos.

Porque se os pais do Guilherme estão bem, o Guilherme também estará. Pelo menos é assim que penso e sinto.










domingo, 27 de abril de 2014

Dentro do segredo

Gosto muito de ler. Sempre vivi rodeada por livros. As estantes lá de casa enchiam-se dos mais diversos temas. Enciclopédias, manuais de bricolage, literatura clássica, livros infantis, poesia, romances, livros religiosos, científicos, etc. Havia para todos os gostos. Todas as noites ouvia meu pai a resmungar, "Apaga a luz, já leste o suficiente! Amanhã vou-te chamar cedo!" Era um vício. A forma que eu arranjei de sair de casa, correr mundo, e conhecer novas realidades.
Entretanto a vida mudou, o Guilherme nasceu. O cansaço noturno aumentou e a energia já não é a mesma. Mas, consegui ler o último de José Luis Peixoto num tempo record de duas semanas. Há já algum tempo que isso não me acontecia. Adorei a obra! Durante duas semanas refugiei-me na Coreia do Norte. Conheci a falta de liberdade, a encenação para estrangeiro ver, a pobreza. Com uma escrita simples, que se entranha.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia do Livro...

Amanhã, faz uma semana que o meu escritor favorito morreu. Gabriel Garcia Marques, Gabo!
Hoje é Dia Mundial do Livro. Os livros  são janelas que nos transportam para outra realidade, outros países, outros mundos. Gabriel tinha mundo só dele. Frequentemente, convidava os leitores a lá entrarem, e a maravilharem-se. 
O primeiro livro que li do Gabriel, foi "Os cem anos de solidão". É indescritível a sede com que bebi toda a história, o final deixou-me de boca seca, perplexa!
No "Amor em tempos de cólera"  chorei tanto. Como era possível conceber-se um amor assim. Na "Memoria das minha Lutas tristes", conheci o homem em toda a sua plenitude e  fragilidade da existência. Li tantos outros, "Ninguém escreve ao coronel", "Crónica de uma morte anunciada", "Relato de um náufrago"... Um obra imensa, genial! Para mim ninguém se lhe compara.
Falar de Livros é falar de Gabriel ... Sonhem.... Viajem .... Leiam!

 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

A Rocha da Relva...

Fiquei encantada com a Rocha da Relva.  Fui pesquisar! É o refúgio de um dos principais compositores Açorianos, Aníbal Raposo. Para quem não o conhece é o autor de uma das musicas que eu mais gosto, Maré e Natividade.


O seu último CD, chama-se "Rocha da Relva". Revela um pouco da magia do lugar. O CD foi totalmente compostos no refugio do autor.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Diário de Bordo - Dia 5

O último dia útil da viagem, e ainda tanto para ver. Primeira paragem, loiça da Lagoa! O bule para a coleção não podia faltar.
Segundo destino, a Rocha da Relva! Um sitio lindíssimo, a lembrar a calma e o sossego das fajãs de S.Jorge! Por momentos, estava na Fajã de Sto. Cristo rodeada de verde e de mar. Um dos meus sítios preferido ao cimo da Terra.









Esta paisagem está a dez minutos de Ponta Delgada. Sem estrada, sem eletricidade, apenas um carreiro que serpenteia a encosta. Quarenta minutos a descer, e uma hora a subir. Uma dúzia  de casas permanecem paradas no tempo. Alheias a tudo o que  se passa à sua volta, não muito longe dali.
O resto do dia permaneci pensativa. Como é possível que a vivência destes dois mundos totalmente ímpares co-habitem. Em todos os trilhos que fiz só encontrei estrangeiros. De países de leste, da Europa Central, nenhum deles Português, nem Açoriano. No centro comercial não vi nenhum estrangeiro. Ainda hoje continuo assustada. 
Qual será o futuro dos Açores?

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Diário de Bordo - Dia 4

Domingo! O dia do ócio....
O tempo continua incerto. Hoje foi o dia da Lagoa do Fogo. Mas novidades das novidades, estava a chover! Tiramos umas fotos, sempre na esperança que o tempo melhorasse. Nada! Tivemos que desistir. O meu avó dizia um ditado que se adequa à situação: " Com sol não te poupes, com chuva não me mates".
 



Seguimos viagem rumo á Ribeira Grande, passando pela Caldeira Velha.
Desilusão, o recinto está fechado, e agora só a pagar. Aliás, tudo se paga, Terra Nostra, Caldeira Velha, Poça da Beija.... enfim.
Não paramos!
Os licores da Mulher de Capote, era o próximo alvo! Fechado! Estamos com azar. Bem tristezas não enchem barriga, hora de almoçar. E nada como, o famoso bife do restaurante da Associação Agrícola de S.Miguel. Uma maravilha!
De barriga cheia, tínhamos a lagoa de S.Brás à espera.
 
 
 
A chuva não dava tréguas. Ponta do Cintrão, próxima paragem.
 
 
Um milhafre a aproveitar as correntes vindas do mar, brincava ao vento...
 
 
Regressamos a casa com a sensação, que hoje, o tempo foi-nos padrasto. E que mais não pudemos fazer. Amanhã é outro dia!

domingo, 13 de abril de 2014

Diário de Bordo - Dia 3

Hoje é dia do chá. Sou grande apreciadora desta bebida. A meu ver, dá-se pouco valor ao facto de termos o único lugar da Europa onde se produz chá. O Orange Pekoe da Gorreana é o meu preferido. Chá preto produzido com as folhas mais jovens, o mais aromático.
O tempo estava teimoso, a chuva miudinha não nos largava. Visitamos o museu, Tiramos umas fotografias, sempre com o desejo de que o tempo melhorasse. Mas isso não aconteceu! Fomos mais teimosos que a chuva, e metemos pé ao caminho. Meia hora depois de começarmos a subir a encosta, estávamos todo encharcados. Tivemos que desistir. O trilho é muito bonito. Será que a planta do chá vingaria na Terceira?
Conheço pouco o Japão, hoje a plantação da Gorreana fez-me lembrar as fotografias das paisagens nipónicas. Consta que o povo do sol nascente é de contrastes, capaz do melhor e do pior. Conheço o Japão do Haruki Murakami. Sou grande fã da sua escrita!
Plano número um, falhou!
 






Plano número dois, Lagoa do Congro! Tinha pouca informação sobre o lugar. Constava que era de difícil acesso para os carros, que era necessário um Jipe. Tínhamos apenas o Toyota Yaris do aluguer. Fomos na mesma. Deixamos o carro na entrada e metemos os pés ao caminho.
O acesso é simples, para um bom calçado. Um carreiro sinuoso, com algumas árvores caídas, cursos de água. No guia falava na lagoa mais virgem de todas, devido ao difícil acesso. Bem, se para o guia virgem são azálias, roca de velhas e camélias, sim o sitio é virgem. O mais provável é terem sido os animais a trazer as semente das espécies não endémicas. Pormenores à parte. A lagoa é muito bonita! Simples, com uma paz muito grande.

 
 
Ainda é cedo....
E que tal, um saltinho até as Sete Cidade!
As Sete Cidades estão ligadas à série Xailes Negros, que acompanhou a minha infância. As lagoas bucólicas, das lendas, e do imaginário. Apesar de serem detentoras de uma beleza inigualável, a freguesia é embebida por uma espécie de aura melancólica. As pessoas vestem roupas escuras, as casas são todas semelhantes, parecem que pararam no tempo.
Passamos algum tempo a observar a lagoa. Com dezanove metros de profundidade, é cativante. Enfeitiça qualquer um que se demora ao seu lado. Havia por alias uns rapazes, que aproveitavam para por as velas ao vento.
 
 

 
Acabamos o dia de novo em Ponta Delgada, na Igreja da Mãe de Deus...
 

 


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Diáro de Bordo - Dia 2

Hoje é dia das Furnas...
O tempo parece não dar tréguas, muito nublado, com cara de chuva. Mas lá se aguentou e acabou  por não chover.
Trilho das Furnas. Começamos no centro da vila. Subimos até à lagoa, e fizemos todo o percurso ao longo da margem. Regressamos à vila pelo mesmo caminho.
Gosto muito deste lugar. Faz-me olhar com olhos de ver, os olhos que tomam consciência do quão bonito é o sitio onde vivemos. A paz que emana destas matas, é difícil de obter em outro lugar do mundo. A vegetação é fantástica. Um verde impar. A ruralidade contratante com o ambiente citadino de Ponta Delgada. Dentro da mesma ilha, tenho ilhas completamente diferentes. Ilhas com romeiros, com pessoas simples, com carroças carregada com bilhas de leite, e centros comerciais com os últimos gritos da moda. É como se a cidade e o interior fossem vizinhos. Confesso que essa dicotomia é estranha, não consigo digeri-la. Lisboa e Alentejo a 3 minutos de caminho.
Olho as avenidas novas cheias de apartamentos e lojas. E depois, sinto as Furnas, com as suas cascatas, as nascentes férreas, fumarolas, lindos inhames, bolos lêvedos. Afinal, quem somos nós! A qual dos dois mundos pertencemos? A verdade é que muitas das espécies presentes nas Furnas são estrangeiras, camélias, hibiscos, azálias.... Será que também as Furnas anseiam o estrangeirismo?
 
 










 
Voltando de novo à estrada,  nada  como terminar a tarde de molho na piscina maravilhosa do parque Terra Nostra.
 
 
 Depois de duas horas de molho, lá saímos da piscina e rumamos ao hotel. Duche. Esperava-nos um concerto de Pergolesi pelo Coral de S.José. Muito Bom!
 
 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Diário de Bordo- Dia 1

Sempre que viajo, escrevo. Tenho inúmeros cadernos com bilhetes de avião, de comboio, entradas em museus, espetáculos, postais, etc. Sempre com uma descrição dos acontecimentos nos sítios onde fui passando. Desta vez o blog vai ser o lugar do registo. Amo os meus cadernos, os pormenores que anoto fazem-me sempre sorrir quando releio as anotações.
Esta viagem é especial. Estou muito cansada e preciso mesmo de arejar as ideias. Preciso dela, aliás precisamos dela! O tempo parece que nos foge. E chego ao cúmulo de ter saudades do Bruno...  isto vivendo na mesma casa !
Conheço bem S.Miguel, mas desta vez quero andar a pé. Já temos uns trilhos que queremos fazer. Mas hoje,  foi dia de rever Ponta Delgada, by foot! Museu Carlos Machado foi a primeira paragem. Está em obras. A coleção de arte contemporânea está alojada no núcleo de Santa Bárbara. Quando lá chegamos estava quase fechado, tinham as luzes desligadas para poupar energia, o que eu acho muito bem! Espere! Acho bem o facto de se preocuparem com os gastos de energia, acho mal é que um museu fantástico com obras de excelência a nível europeu, não tenha ninguém a visitá-lo. Já conhecia o museu, mas foi de bom grado que voltei. Só tive pena não poder rever as coleções de Zoologia, Botânica, Geologia e Mineralogia. Fantásticas! Mas a pintura de Domingos Rebelo e a escultura de Canto da Maia são sempre impressionantes!
 

 
 
 
 
 
Seguimos viagem rumo aos jardins da universidade. Um jardim muito bonito. Alunos no relvado a apanhar sol. Confesso que relembrei um pouco os tempos do jardins do Campo Grande, e a preguiça do fim de tarde.
 
 
 
Descemos até a avenida, passando pelo mercado, a loja do queijo com o seu cheiro característico, Igreja Matriz, Portas da Cidade... o giro do costume!
 
 
 
 
 
 
 
 
Encontrei pelo caminho uma preciosidade....
 
 
Bem o parquímetro estava a terminar, temos que regressar...