Hoje é dia do chá. Sou grande apreciadora desta bebida. A meu ver, dá-se pouco valor ao facto de termos o único lugar da Europa onde se produz chá. O Orange Pekoe da Gorreana é o meu preferido. Chá preto produzido com as folhas mais jovens, o mais aromático.
O tempo estava teimoso, a chuva miudinha não nos largava. Visitamos o museu, Tiramos umas fotografias, sempre com o desejo de que o tempo melhorasse. Mas isso não aconteceu! Fomos mais teimosos que a chuva, e metemos pé ao caminho. Meia hora depois de começarmos a subir a encosta, estávamos todo encharcados. Tivemos que desistir. O trilho é muito bonito. Será que a planta do chá vingaria na Terceira?
Conheço pouco o Japão, hoje a plantação da Gorreana fez-me lembrar as fotografias das paisagens nipónicas. Consta que o povo do sol nascente é de contrastes, capaz do melhor e do pior. Conheço o Japão do Haruki Murakami. Sou grande fã da sua escrita!
Plano número um, falhou!
Plano número dois, Lagoa do Congro! Tinha pouca informação sobre o lugar. Constava que era de difícil acesso para os carros, que era necessário um Jipe. Tínhamos apenas o Toyota Yaris do aluguer. Fomos na mesma. Deixamos o carro na entrada e metemos os pés ao caminho.
O acesso é simples, para um bom calçado. Um carreiro sinuoso, com algumas árvores caídas, cursos de água. No guia falava na lagoa mais virgem de todas, devido ao difícil acesso. Bem, se para o guia virgem são azálias, roca de velhas e camélias, sim o sitio é virgem. O mais provável é terem sido os animais a trazer as semente das espécies não endémicas. Pormenores à parte. A lagoa é muito bonita! Simples, com uma paz muito grande.
Ainda é cedo....
E que tal, um saltinho até as Sete Cidade!
As Sete Cidades estão ligadas à série Xailes Negros, que acompanhou a minha infância. As lagoas bucólicas, das lendas, e do imaginário. Apesar de serem detentoras de uma beleza inigualável, a freguesia é embebida por uma espécie de aura melancólica. As pessoas vestem roupas escuras, as casas são todas semelhantes, parecem que pararam no tempo.
Passamos algum tempo a observar a lagoa. Com dezanove metros de profundidade, é cativante. Enfeitiça qualquer um que se demora ao seu lado. Havia por alias uns rapazes, que aproveitavam para por as velas ao vento.
Acabamos o dia de novo em Ponta Delgada, na Igreja da Mãe de Deus...