Quem nasceu na década de 80, nos
Açores, cresceu a ver as séries da RTP-Açores. “O Barco e o Sonho”, “Xailes
Negros”, “Mau tempo no Canal”, “Gente
Feliz com Lágrimas”, “Balada do Atlântico”, “O Feiticeiro do Vento”, “A Ilha de Arlequim”, entre outros.
Preencheram os nossos serões, emocionaram as gentes que se reviam nas situações
apresentadas e encheram-nos de música. De muito boa música! Génios que nasceram
cá e que, por um ou outro motivo, nunca ninguém lhes deu o merecido valor. Falo
de Zeca Medeiros, Aníbal Raposo, Luís Alberto Bettencourt, Susana Coelho e Luís
Gil Bettencourt, entre outros nomes. O que seria das nossas vidas sem a “A
Chamateia”, “Ilhas de Bruma”, “Maré e Natividade”, “Canção do Medo”, “Vapor da
Madrugada”, “Os Piratas”, entre outras…
A situação em que o país se
encontra fez-nos olhar para dentro, de outra forma. Faz-nos olhar de uma forma
mais pensada. Aprendemos a gostar mais de nós, e talvez comecemos a perceber
que nem sempre o que vem de fora é o melhor. O continente e o estrangeiro têm
muito de bom, mas nós também temos. No passado domingo, fui a um concerto que
reuniu no palco, Zeca Medeiros, Aníbal Raposo, Luís Alberto Bettencourt, Susana
Coelho e Luís Gil Bettencourt. Fui cedo, estava com medo que estivesse
esgotado. Era grátis! Mas, para espanto meu, a sala estava apenas “meia” de
pessoas….
O espetáculo foi fantástico!
Senti uma nostalgia profunda, fiquei emocionada! Pessoas que estiveram
presentes na minha infância, que resumem o que é ser açoriano. As suas músicas
cantam o que sente quem cá nasceu e/ou escolheu viver por cá. Lamento, pelos
que não foram, desconheciam, ou simplesmente não puderam ir.
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