quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ser Açoreano



Quem nasceu na década de 80, nos Açores, cresceu a ver as séries da RTP-Açores. “O Barco e o Sonho”, “Xailes Negros”,  “Mau tempo no Canal”, “Gente Feliz com Lágrimas”, “Balada do Atlântico”, “O Feiticeiro do Vento”,  “A Ilha de Arlequim”, entre outros. Preencheram os nossos serões, emocionaram as gentes que se reviam nas situações apresentadas e encheram-nos de música. De muito boa música! Génios que nasceram cá e que, por um ou outro motivo, nunca ninguém lhes deu o merecido valor. Falo de Zeca Medeiros, Aníbal Raposo, Luís Alberto Bettencourt, Susana Coelho e Luís Gil Bettencourt, entre outros nomes. O que seria das nossas vidas sem a “A Chamateia”, “Ilhas de Bruma”, “Maré e Natividade”, “Canção do Medo”, “Vapor da Madrugada”, “Os Piratas”, entre outras…

A situação em que o país se encontra fez-nos olhar para dentro, de outra forma. Faz-nos olhar de uma forma mais pensada. Aprendemos a gostar mais de nós, e talvez comecemos a perceber que nem sempre o que vem de fora é o melhor. O continente e o estrangeiro têm muito de bom, mas nós também temos. No passado domingo, fui a um concerto que reuniu no palco, Zeca Medeiros, Aníbal Raposo, Luís Alberto Bettencourt, Susana Coelho e Luís Gil Bettencourt. Fui cedo, estava com medo que estivesse esgotado. Era grátis! Mas, para espanto meu, a sala estava apenas “meia” de pessoas….

O espetáculo foi fantástico! Senti uma nostalgia profunda, fiquei emocionada! Pessoas que estiveram presentes na minha infância, que resumem o que é ser açoriano. As suas músicas cantam o que sente quem cá nasceu e/ou escolheu viver por cá. Lamento, pelos que não foram, desconheciam, ou simplesmente não puderam ir.


Senti uma necessidade profunda de partilha daquele momento! É de lamentar não termos sido mais a celebrar o que é nosso!



Sem comentários: