terça-feira, 11 de março de 2014

Vida saudável

Desde Setembro que regularmente pratico natação livre. Duas vezes por semana. Já se tornou uma rotina, e foram poucas as vezes que faltei. Tem ajudado com a dieta mas acima de tudo, tem me ajudado a lidar com o stress. Apetece-me sempre ir, o que não era habitual com outro desporto. Tenho é pena de não conseguir complementar a natação com a bicicleta, mas é mesmo complicado. 
Aprendi a nadar no porto da freguesia, eu os meus irmão e um  grupo de rapazes e raparigas que andava sempre por ali. Tínhamos entre cinco e dez anos. Como morávamos longe íamos de bicicleta, encosta abaixo carregados de mochilas, com toalhas, a bola da praxe, e os indispensáveis óculos de mergulho que partilhávamos à vez com o tempo contadinho, éramos três tinha de ser assim. A minha irmã mais nova só aprendeu a andar de bicicleta mais tarde. Assim, a estratégia era: eu levava as tralhas, o meu irmão levava a minha irmã. Pouco me lembro de usarmos protector solar, íamos para o porto de pesca, sem vigia, sem monitorização. Quando chegava um barco era a alegria, todos ajudávamos a vará-lo e sempre de olho no peixe que traziam. Que peixes seriam? Grandes? Muitos? Cheiravam bem, a mar e a sal. 
Hoje sou mãe, e não deixo de pensar que fomos felizes por conta da liberdade que os meus pais me deram, a liberdade de deixar três filhos com 10,8 e 6 anos  irem sozinhos, de bicicleta, por uma estrada de gravilha montanha abaixo, ir a banhos numa praia não vigiada, sem nenhuma protecção para sol, à guarda da boa vontade de todos e confiando que acontecesse alguma coisa alguém havia de acudir.
Os tempo mudaram e sei que o meu filho não terá essa liberdade que nos sabia tão bem. Tenho pena que ele não terá uma infância com a minha.Será que a dele será melhor? 
Como aprendi a nadar sozinha, não sou uma nadadora exemplar, sou uma desenrascada dentro do meu próprio estilo. Procuro aperfeiçoar-me em cada dia...


1 comentário:

Unknown disse...

Até eu que não sei nadar, ou pelo menos não me aventuro no mar, sinto uma nostalgia ao olhar para essa foto do Porto judeu de baixo, se a memória não me atraiçoa.
Cumprimentos aos teus Pais, um grande abraço para todos.