domingo, 13 de abril de 2014

Diário de Bordo - Dia 3

Hoje é dia do chá. Sou grande apreciadora desta bebida. A meu ver, dá-se pouco valor ao facto de termos o único lugar da Europa onde se produz chá. O Orange Pekoe da Gorreana é o meu preferido. Chá preto produzido com as folhas mais jovens, o mais aromático.
O tempo estava teimoso, a chuva miudinha não nos largava. Visitamos o museu, Tiramos umas fotografias, sempre com o desejo de que o tempo melhorasse. Mas isso não aconteceu! Fomos mais teimosos que a chuva, e metemos pé ao caminho. Meia hora depois de começarmos a subir a encosta, estávamos todo encharcados. Tivemos que desistir. O trilho é muito bonito. Será que a planta do chá vingaria na Terceira?
Conheço pouco o Japão, hoje a plantação da Gorreana fez-me lembrar as fotografias das paisagens nipónicas. Consta que o povo do sol nascente é de contrastes, capaz do melhor e do pior. Conheço o Japão do Haruki Murakami. Sou grande fã da sua escrita!
Plano número um, falhou!
 






Plano número dois, Lagoa do Congro! Tinha pouca informação sobre o lugar. Constava que era de difícil acesso para os carros, que era necessário um Jipe. Tínhamos apenas o Toyota Yaris do aluguer. Fomos na mesma. Deixamos o carro na entrada e metemos os pés ao caminho.
O acesso é simples, para um bom calçado. Um carreiro sinuoso, com algumas árvores caídas, cursos de água. No guia falava na lagoa mais virgem de todas, devido ao difícil acesso. Bem, se para o guia virgem são azálias, roca de velhas e camélias, sim o sitio é virgem. O mais provável é terem sido os animais a trazer as semente das espécies não endémicas. Pormenores à parte. A lagoa é muito bonita! Simples, com uma paz muito grande.

 
 
Ainda é cedo....
E que tal, um saltinho até as Sete Cidade!
As Sete Cidades estão ligadas à série Xailes Negros, que acompanhou a minha infância. As lagoas bucólicas, das lendas, e do imaginário. Apesar de serem detentoras de uma beleza inigualável, a freguesia é embebida por uma espécie de aura melancólica. As pessoas vestem roupas escuras, as casas são todas semelhantes, parecem que pararam no tempo.
Passamos algum tempo a observar a lagoa. Com dezanove metros de profundidade, é cativante. Enfeitiça qualquer um que se demora ao seu lado. Havia por alias uns rapazes, que aproveitavam para por as velas ao vento.
 
 

 
Acabamos o dia de novo em Ponta Delgada, na Igreja da Mãe de Deus...
 

 


1 comentário:

Anónimo disse...

Que saudades estou a ter de São Miguel. Foram 11 anos de vida por lá. Adorei este passeio e os teus textos. Parecia que caminhava convosco. O Alto da Mãe de Deus é um miradouro muito bonito.
Nunca cheguei à Lagoa do Congro. Que pena tenho agora. Parece ser um lugar mágico. Hei de voltar qualquer dia. Quem sabe uma escapadinha de verão? Mas de certeza será muito menos citadina do que a de Agosto passado.
Beijinhos
Divirtam-se.
Patrícia