terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Excelente.....

O texto não é meu, mas sim de um conterrâneo, Luis Filipe Borges. Têm feito um excelente trabalho no 5 para a meia noite, e não só. Os vícios, as fraquezas fazem de nós humanos....

"Cada vez conheço mais pessoas que nunca fumaram, beberam - nem sequer café, experimentaram qualquer tipo de droga, enfim, seres humanos rigorosamente impolutos. Durante muito tempo gabei-os, invejei-os. Pu-los num pedestal, supondo mesmo que das suas obradas necessidades se poderiam produzir essências aromáticas ou extractos de erva para infusões. Agora duvido, pode ser do cinismo ou da ciática. Quanto mais os encontro mais se assemelham àqueles fulanos que fazem gala do quão beneméritos, solidários, filantropos são. O que tem o mundo a ver com isso – não é afinal suposto o princípio moral/ético ser dar sem pensar no receber? E então olho para eles todos, embarcando certamente em perigosas generalizações, e vejo uma data de olhinhos hipócritas a mirar-me brilhantes no breu da sua demagogia. Parabéns pela vossa saúde, se real, e agora façam-me o favor de guardá-la para vós. 
Não imagino a vida sem um vício, umzinho, para amostra. Aliás, considero-os uma prova de humildade perante a única certeza absoluta que temos na vida. Morremos. Temos prazo de validade. Mas também anos dourados. Dias de vento em popa. Sorte de principiantes. Rasgos. E lembro-me sem querer da história do rapaz das ilhas que era o melhor aluno, o aplicado, o certinho, o impoluto verdadeiro, puro. E que, no dia em que acabou o curso superior, saiu feliz a correr da faculdade para, poucos metros depois, ser atropelado por um autocarro. Carpe Diem. Não deixem as crianças ler o que se segue, e perdoem-me o irritante conselho (por sinal, uma fatídica mania dos impolutos) mas, com franqueza, sinceridade e sem ironia: fumem um pensativo cigarro, mandem-se de pára-quedas ou etc. A morte é certa."

Existem muitos tipos de vícios, cada um tem o seu. Para mim, nada como um bom copo de vinho rodeado entre amigo....


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